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quinta-feira, junho 30, 2011
quinta-feira, junho 02, 2011
MediÁção: uma proposta de supervisão, intervisão e estudo de caso
A Jurisolve lança, no âmbito do seu projecto MediAção (formação contínua de mediadores), o seu programa de Supervisão.
Local: JURISolve, R. Pdr. Estêvão Cabral, 79, sala 205, 3000-317 Coimbra
Inscreva-se enviando um email para jurisolve@jurisolve.com : No assunto escreva: “inscrição em mediÁção – supervisão”
No corpo da mensagem escreva: Nome / telefone de contacto/ Curso(s) de mediação de conflitos e entidade formadora /informação sobre o exercício de mediação (onde e há quanto tempo)
Local: JURISolve, R. Pdr. Estêvão Cabral, 79, sala 205, 3000-317 Coimbra
Cada sessão será dinamizada por um mediador com experiência em diferentes áreas de mediação .
Dia 7 de Junho (3.ª Sessão), das 18:15 às 20:15, com Gabriela Cunha Mediadora nos Julgados de Paz, Sistemas de Mediação Familiar, Penal e Laboral
A inscrição é simples.Dia 7 de Junho (3.ª Sessão), das 18:15 às 20:15, com Gabriela Cunha Mediadora nos Julgados de Paz, Sistemas de Mediação Familiar, Penal e Laboral
Inscreva-se enviando um email para jurisolve@jurisolve.com : No assunto escreva: “inscrição em mediÁção – supervisão”
No corpo da mensagem escreva: Nome / telefone de contacto/ Curso(s) de mediação de conflitos e entidade formadora /informação sobre o exercício de mediação (onde e há quanto tempo)
Etiquetas:
formação contínua,
mediação,
supervisão
quarta-feira, junho 01, 2011
“João Sem Medo” – Perfil de um Mediador - Reflexões sobre a formação de mediadores de conflitos (1.ª Parte
Autora: Isabel Oliveira
“É proibida a entrada a quem não andar espantado de existir”
José Gomes Ferreira[1]
Introdução
“Tenho a certeza de já alguma vez vos ter acontecido depararem-se com uma ideia, mas não estarem certos da sua correcção e deterem-se por um momento a ponderá-la. Se nunca vos aconteceu, comecem agora, porque nunca é demasiado tarde. Mas o mais maravilhoso é poder “ocupar” a cabeça com um problema cuja solução seja incerta. E revolvê-lo, examiná-lo de diferentes ângulos, duvidar, recomeçar do princípio. Enfurecer-se com ele. Abandoná-lo para o reencontrar mais tarde. É uma experiência impar que vos recomendo.” (In. Paenza, A. (2008). Matemática. estás ai? Lisboa, Dom Quixote.)
Reflectir sobre a formação de mediadores de conflitos implica também esta capacidade de analisar o “problema” de vários pontos de vista, de “ocupar” a cabeça com diferentes perspectivas, diferentes visões, enfim, diferentes soluções. Não deixarmos de o examinar e de praticar o exercício da dúvida para, por fim, sermos capazes de produzir uma reflexão.
Quem se dedica à formação de mediadores, não pode deixar de pensar e repensar modelos de capacitação que pretendem dar resposta a um perfil de mediadores que, de um modo ou de outro, cada um de nós tem em si.
Falamos em “ser” e “saber fazer”, porque na nossa actividade de mediadores para além do saber técnico e científico inerente a uma formação de base, entendemos que devemos privilegiar a atenção dada ao que representa o “ser” mediador.Para aprender a “ser” mediador e a “saber fazer” há necessidade de desconstruir um conjunto de crenças (limitadoras) com que os candidatos a mediadores chegam à formação: já “sabem o que é mediação”, pois “já o fazem há muito tempo”; “o conflito é negativo”; as pessoas em conflito não têm capacidade para encontrarem / construírem as suas próprias soluções, pelo que o mediador deve sugerir; todos os conflitos têm resposta na lei, pelo que são a esta subsumíveis; nem sempre as pessoas sabem o que é melhor para elas, pelo que o mediador deve aconselhar. Poderíamos apontar algumas mais, mas estas “crenças” são já suficientes para percebermos que há um trabalho a fazer no sentido da alteração do mapa mental do candidato.
Ser mediador implica ter a capacidade de escutar e acolher diferentes pontos de vista, diferentes formas de ver e interpretar a realidade, sem sobre elas fazer juízos de valor, mesmo que ponham em causa as suas crenças, valores e convicções pessoais.
Ser mediador exige a capacidade de estar presente para o outro. São os mediados o centro, o ponto de partida e de chegada para a gestão e resolução do conflito. Para tal, o mediador deve conhecer-se a si próprio. Qualidade inerente à capacidade de acolher e reconhecer o outro, enquanto pessoa com identidade própria. Isto é, o mediador deve ser capaz de gerar empatia, no sentido em que Rogers a define como “… entering the private perceptual world of the other becoming thoroughly at home in it. It involves being sensitive, moment by moment, to the changing felt meanings which flow in this other person … To be with another in this way means that for the time being, you lay aside your own views and values in order to enter another’s world without prejudice. In some sense it means that you lay aside yourself.”. [2]
Só assim, o mediador poderá gerir o processo de mediação que, nas palavras de Picard (2003) “…é um processo de descoberta e aprendizagem”[3], não apenas para os mediados, mas também para o mediador. Cada mediação é uma viagem única, com diferentes passageiros e novas paisagens, e ainda que nos pareça que o destino é o mesmo, dificilmente seguiremos exactamente os mesmos caminhos.
Neste sentido, o mediador é alguém que está preparado para o imprevisto, para a descoberta de novos mapas, para, como diria Fernando Pessoa, “a dupla existência da verdade”.[4]
[1] In. “As Aventuras maravilhosas de João sem Medo”.
[2] Cit. In Stewart and Thomas 1995, Bruce, P. (1999). "Reformulating dispute narratives through active listening." Mediation Quarterly 17(2): 161-180;
[3] (Cheryl A. Picard. (2003). "Learning about learning: The value of ldquoinsightrdquo." Conflict Resolution Quarterly 20(4): 477-484.)
[4] In. Bernardo Soares, “O Livro do Desassosego”: “Encontrei hoje em ruas, separadamente, dois amigos meus que se haviam zangado um com o outro. Cada um me contou a narrativa de porque se haviam zangado. Cada um me disse a verdade. Cada um me contou as suas razões. Ambos tinham razão. Ambos tinham toda a razão. Não era que um via uma coisa e outro outra, ou que um via um lado das coisas e outro um lado diferente. Não: cada um via as coisas exactamente como se haviam passado, cada um as via com um critério idêntico ao do outro, mas cada um via uma coisa diferente, e cada um, portanto, tinha razão. Fiquei confuso desta dupla existência da verdade!!!”
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formação,
mediação,
mediadores
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